Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.

A Presidente Dilma tem 77% de aprovação popular.

77% de aprovação popular, aferidos pelo IBOPE, entidade insuspeita de governismo – na verdade, sempre suspeita de oposicionismo a qualquer coisa minimamente tingida de vermelho, por mais claro que seja.

Isso, a despeito de campanha mediática diária e sistemática contra o governo, a servir-se basicamente da seletividade na ênfase que se põe no escândalo de ocasião. O grande instrumento de ataque da imprensa é a seletividade: dá-se destaque ao que interessa aos desideratos do meio de comunicação e o que não interessa não sai.

É interessante perceber como apostam na estupidez, o que fica evidente no descompasso entre matérias de TV e matérias de jornais e revistas. Supostamente – como está nos manuais – a TV é o meio para os estúpidos e os jornais e revistas para os menos estúpidos.

Assim, revistas e jornais dos grandes grupos de comunicação não puderam fazer de conta que não houve um conúbio mafioso enorme entre um senador da UDN, um criminoso conhecido, um governador da UDN e outros funcionários menores, porque deixariam a banda passar se nada dissessem. Mas, as TVs silenciaram, assim como silenciou a revista Veja, uma publicação de baixíssimo nível, que não é questão de ideologia, mas de associação criminosa mesmo.

A Presidente não é tão genial, politicamente, quanto o ex-Presidente Lula. Mas, tem a possibilidade de governar até melhor que Lula, porque é mais disposta ao confronto e menos gestada na política. Além, é claro, de ser inteligentíssima e culta. E, tem Lula para ajudá-la politicamente, o que não é pouco.

A Presidente deu uma ordem, claro que a deu, para que os dois maiores bancos públicos do país, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, reduzissem suas taxas de juros no crédito à metade! Ao mesmo tempo, reduziu a contribuição previdenciária patronal de vários setores industriais e de serviços a zero!

O que ela quer? Quer fazer um mercado interno ainda mais robusto, estimular o consumo, estimular a criação de empregos. Quem perde imediatamente com isso? 0,5% da população brasileira perde com isso: os bancos privados e seus empregados na imprensa e nos partidos políticos.

Os bancos privados terão que reduzir suas margens de lucros com empréstimos cariíssimos, que hoje os sustentam. Porque, se não seguirem o BB e a CEF, ficarão para trás. E eles os podem seguir, sem riscos de quebrarem, apenas terão que ganhar menos…

Enquanto isso, uma parte da imprensa fala mal das medidas, mesmo que sempre tenha insistido na estória dos juros serem muito altos e os impostos também. É cômico ver o pessoal dos media tentar falar mal do que sempre defendeu, servindo-se dos argumentos mais tortuosos, como se dissessem é bom mas é ruim! É o que eles pediam, precisamente, mas têm que falar mal, por questões de política golpista.

A Presidente deu à imprensa raivosamente golpista o papel ridículo, o que foi genial! Enquanto eles dizem é bom mas é ruim, o povo percebe as coisas, a despeito de ver TV e a despeito da classe média ler avidamente o lixo editorial que se publica semanalmente.

77%… Realmente, é quase nada.

2 Comments

  1. Sidarta

    Quando Napoleão Bonaparte começou a volta do exílio de Elba para Paris a imprensa francesa mancheteou que “O usurpador pretende voltar a Paris”; dias depois, o mesmo jornal já mancheteava que “O imperador está às portas de Paris”, não mais deixando de louvar os feitos de Napoleão até que o mandaram para Santa Helena.
    Penso que Dilma está fazendo um governo sem pretensão de agradar aos banqueiros para ser mais facilmente reeleita, e conseguindo ser mais corajosa em enfrentar o toma-lá-dá-cá dos partidos políticos.
    Os bancos, o do Brasil inclusive, já não estão mais incentivando aplicações em poupança pois os rendimentos passarão a superar os dos fundos mais comuns.
    Com relação á imprensa, penso que já comecei a perceber uma mudança de atitude nas manchetes e até nas entrelinhas das notícias; não são doidos e sabem tomar os seus cuidados para sobreviverem se a corda apertar.

    • Andrei Barros Correia

      Realmente, nota-se alguma mudança, muito sutil, é verdade, de alguns veículos mediáticos. Eles tem muito boa percepção da hora de deixar um subalternozinho menor aos leões.

      Há, todavia, deles que se meteram muito profundamente com o jogo sujo e para quem será mais difícil a saída: a Veja é um caso clássico. Para ela é mais difícil que para a Folha e o Estadão e até mesmo que para a Globo.

      No momento em que estava todo mundo falando do esquema faroeste de Goiás e Mato Grosso, a Veja dava capa sobre o sudário de Turim! Porra, é muita desconexão com a realidade, ou muito comprometimento.

      Até a Época, que é da Bobo, tratou do assunto. De forma meio enviesada, mas tratou. A Veja, não, vai tentar esticar a corda, porque ela está diretamente no esquema, não apenas lateralmente.

      Particularmente, sou admirador de Dilma Rousseff, porque ela é inteligentíssima. O negócio dos juros do BB e da CEF, arquitetado com Mantega, foi precisosíssimo. Ou os bancos privados vão atrás, ou vão-se embora… Aliás, foi muita sorte Lula ter-se livrado do tucano Palocci e não o ter deixado de herança para Dilma.

      Outra coisa fantástica são as PCHs na Amazônia. Vai fazer e pronto, mesmo com toda a chiadeira verde-entreguista-direitista. Ela sabe que o sujeito que arruma emprego e quer consumir energia não vai parar para escutar Marina Silva e o sócio dela na Natura, todos com background estrangeiro, é claro.

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