Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.

A retranca, o ferrolho, a feiúra futebolística da Inter travou o Barcelona.

No futebol, não ganha o melhor, que isso é confundir êxito com beleza. Ganha quem ganha, o melhor é quem joga mais bonito. Para além de quanto idealismo haja nessa afirmação, convém lembrar quais os objetivos por trás disso que é jogar futebol.

Antes, muito antes, de se pensar em campeonatos organizados, em número de adeptos, em potencial comercial, em preço de transferências, pensou-se em jogar. Na raiz, joga-se por prazer, tanto que houve amadorismo por muitos anos. Claro que isso associa-se à natural busca pela glória, que se relaciona com a vitória.

Um e outro dicotômico de pensamente hei-de-vencer-a-qualquer-custo pode pensar: esse fulano que escreve é um tremendo idealista tolo, que faz propaganda da derrota. Não é isso. A vitória é necessária para os egos, para os excessos dos adeptos, para se venderem camisetas, chaveiros, perfumes, cuecas, bandeiras, telefones, toques, musicais e outras coisas mais.

A beleza é necessária para se saber que as atividades humanas podem ser criativas. E é mais rara. E também triunfa, mas não foi dessa vez.

3 Comments

  1. Thiago Loureiro

    O bacana do futebol eh justo isso…
    Nem sempre o melhor ganha!

  2. andrei barros correia

    É verdade, Thiago, basta lembrar-mos da equipe brasileira de 1982. Nunca vi um futebol tão bonito.

    As duas coisas podem ser harmonizadas. O que enche minha paciência é que muita gente pretende que eficiência só rima com feiúra. Mas, pode-se jogar bonito e ganhar.

    Por exemplo, o São Paulo deu dois espetáculos, em 1991 e 1992 e ganhou as duas vezes. Felizmente, Telê tinha compreendido que não se tratava de jogar feio, mas de jogar bonito sem descuidar da defesa.

  3. Thiago Loureiro

    Podem e devem ser harmonizadas. Morro de inveja de quem pôde acompanhar a seleção no mundial de 82. Não poucas vezes, eu ouvi elogios à forma dessa equipe atuar. Inclusive uns amigos nossos espanhóis daqui de Salamanca.

    E olha que para um espanhol reconhecer que uma equipe ou atleta, de outra nacionalidade presta, é DIFÍCIL viu?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *