Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.

Ministério público eleitoral é golpista?

O Presidente Lula lançou o edital para contratação das obras do trem de alta velocidade entre o Rio de Janeiro e Campinas. Na ocasião apontou os responsáveis pelo seguimento adiante do projeto, entre eles Dilma Roussef, a candidata a presidente. Ela realmente é uma das responsáveis, pois era, há pouco, a ministra mais poderosa do governo.

O Presidente não disse vote em Dilma Roussef ou não vote em José Serra. Ele disse que ela trabalhou naquele projeto que estava a ser lançado. Isso não configura qualquer infração eleitoral e é deveras comum.

Por conta disso, uma zelosa e aparentemente muito parcial procuradora do ministério público eleitoral anunciou na imprensa que vai pedir punição para o Presidente e para a candidata Dilma Roussef. A parcialidade é tão evidente que a doutora anuncia seu furor persecutório a um dos lados nos jornais, antes mesmo de intentar qualquer ação judicial!

O agente político não pode servir-se do Estado para fazer sua campanha mas pode, sim, revelar a paternidade de uma e outra obra. Aliás, exatamente como faz o Governador de São Paulo, o que sucedeu a José Serra, que vive a inaugurar obras e lançar projetos e a dizer isso foi o Serra que fez.

Curiosamente, o ministério público eleitoral não vê nas condutas do atual governador de São Paulo qualquer infração – e não há mesmo – embora sejam essencialmente as mesmas que aponta como delituosas no Presidente da República.

Ora, uma das perguntas a serem feitas é: a população pobre deste país paga caríssimo por um ministério público de salários régios para ele ser parte das engrenagens de um golpe judicial contra a democracia?

2 Comments

  1. Julinho da Adelaide

    É muita hipocrisia. Alguem lembra como era chamado o plano real no seu lançamento? Plano fhc. Imagina se o governo chama o PAC de Plano Dilma o mundo vinha abaixo. São especialistas em criticar tudo o que fizeram. Na verdade a coligação demo-tucana não se conforma de estar presa na armadilha que ela própria criou: congresso altamente fisiológico e pouco ideológico, abandono do patronato que percebeu que eles não tinham nada a oferecer além do saque ao Estado que afinal ainda não cessou, desprezo dos movimentos sociais para quem sempre tiveram de costas, ódio da parte da população que finalmente percebeu que o Estado podia fazer por eles mais e melhor do que vinha fazendo e enfraquecimento da mídia tradicional, acossada pela concorrência com a internet, tvs a cabo, mídias populares, dvds, celulares multimídia e tudo o que o progresso tecnológico e o acesso mais fácil e mais barato colocou na mão do povo e divide sua atenção com a tv aberta. Resta o golpe. Só falta combinar com a opinião pública internacional, com a blogosfera, com o governo, o PT e os demais partidos da base, os movimentos sociais e o povo.

    • Andrei Barros Correia

      Julinho,

      A melhor explicação e a mais sintética que vi para a chiadeira golpista foi a de Brizola Neto. Ele resumiu em que Lula não pode fazer campanha para o povo não saber quem ele apoia. É isso mesmo.

      E ponho-me a pensar na extensão do instinto de rapina dos udenistas, o que se calcula pela extensão de sua histeria.

      Ora, Lula não implicou prejuízos aos grandes capitalistas brasileiros. O retorno dos bancos sobre o patrimônio foi de 11% sob Fernando Henrique e tem sido de 14% sob Lula.

      Quem vende serviços, TVs, apartamentos e outras coisas nunca vendeu tanto!

      O que Lula fez foi um pouquinho do óbvio. Ou seja, deu alguma proteção social aos milhões de miseráveis desse país, em um esforço tímido de redistribuição de renda.

      Bastou isso para desencadear o ódio. O ódio verdadeiro, que é o de classe.

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