Convencionou-se chamar nova classe média ao grupo de pessoas que ascenderam da pobreza profunda para a possibilidade de comprarem roupas, bens de consumo duráveis e um pequeno imóvel financiado. É coisa recente e deve-se às políticas públicas inauguradas pelo ex-Presidente Lula.

Essa nova classe menos baixa trouxe uma forte demanda por bens e serviços, coisa fundamental na criação de um mercado interno robusto. Esse aspecto econômico tem sido bem percebido, embora ainda haja quem o negue.

Coisa pouco percebida, todavia, são as outras demandas que haverá. A segunda etapa do aumento de demandas das classes ascendidas a médias será por informação. A primeira foi evidentemente por bens que não podia comprar.

Em seguida, a tal nova classe média quererá saber quanto custam as coisas, incluindo-se aí o estado. Passada alguma euforia de poder comprar o que não se podia, as pessoas tendem a preocupar-se com os preços. Primeiro, com os mais evidentes, depois com os mais difusos.

Essa vontade de saber quanto custa o estado não será artificial como a da classe média estabelecida, que vive do estado mas finge quere-lo menor e distribui tolices contra a carga tributária, por exemplo.

O cidadão da chamada nova classe média não tem idéia realmente precisa do que o estado é obrigado a dar-lhe em serviços. E, tem menos idéia ainda de quanto os agentes do estado recebem por isso.