O Presidente Lula teve uma crise hipertensiva, em Recife. Foi levado ao Real Hospital Português, medicado e submetido a exames. Não é problema sério, ao que tudo indica.

Mas, desencadeou em alguns jornais brasileiros uma crise, não de hipertensão, mas de sinceridade ansiosa. Querem o homem morto, não importa de que moléstia. Um dos jornais mancheteou que o Presidente não poderia tratar-se adequadamente porque o Vice-Presidente é um homem bastante doente e a Ministra da Casa Civil também.

Isso é mentira. O Vice-Presidente é, sim, um homem doente, desde as primeiras eleições. Apresenta uma resistência impressionante e vem submetendo-se ao tratamento. A Ministra da Casa Civil esteve doente e, hoje, considera-se clinicamente curada.

A ansiedade em livrar-se do Presidente é tão grande que esses veículos nem mesmo calcularam que o Lula morto poderia virar um mártir e, assim, ter um peso eleitoral ainda maior que em vida. Esse é o aspecto mais interessante. A rejeição dos média é tão grande, que assumem, às vezes, uma postura absolutamente sincera de regozijo antecipado com uma levíssima possibilidade de doença.