Um espaço de convívio entre amigos, que acabou por se tornar um arquivo protegido por um só curador.

Paraíba masculina, de Humberto Teixeira, por Luiz Gonzaga.

O que se conta é o seguinte: Antônio Silvino era o canganceiro mais conhecido dos sertões nordestinos, até aparecer Lampeão. Silvino chamava-se, de batismo, Manuel Batista de Morais e adotou o novo apelido em homenagem e demonstração de fidelidade ao antigo chefe, depois deste morrer.

Uns dizem que essa música de Humberto Teixeira refere-se a um episódio de invasão da cidade de Princesa Izabel, na Paraíba, pelo bando de Silvino, em 1927. Na ocasião, dava-se uma seca tremenda e os homens teriam saído todos em busca de trabalho. As mulheres teriam defendido a cidade e posto o bando para correr, armadas de porretes de pau pereiro.

Há um problema nisso, é que Antônio Silvino foi preso em 1914 e ficou encarcerado no Recife até 1937, quando recebeu um indulto do Presidente Getúlio Vargas, por comportamento exemplar. Na prisão, ele trabalhava com couros – era exímio nisso – e ensinava o ofício aos outros presos.

Por outro lado, é conhecido o respeito que Silvino tinha com as mulheres, ao contrários de outros bandos, como o de Lampeão, onde as violações e espancamentos eram frequentes. Assim, o enfrentamento entre as mulheres de Princesa Izabel e os homens de Silvino não é plausível.

É mais provável que o episódio inspirador tenha sido a Guerra de Princesa Izabel, em 1930. Um conflito grande, dadas as circunstâncias, entre chefes políticos locais e o Presidente da Província da Paraíba, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque.

O líder de Princesa era o Coronel José Pereira Lima, que chegou a ter quase dois mil homens sob seu comando e criou o Território Livre de Princesa, área autônoma que não atendia ao governo da Paraíba. As forças públicas da Paraíba não conseguiram conquistar Princesa e sofreram derrotas humilhantes.

3 Comments

  1. maria clara

    eu som nordestina

  2. Cléber Lourenço Ferreira Vaz

    É preciso entender que a música não se refere à mulher paraibana e sim ao Estado da Paraíba que embora tenha seu nome no gênero feminino é uma terra masculina, ou seja, de cabra macho. Resumindo A PARAÍBA É QUE É A MUIÉ MACHO. Este é um dos maiores erros de interpretação de texto do Brasil.

    • Andrei Barros Correia

      Cléber,

      Corroboras, de certa maneira, o que digo no texto que, inclusive lança hipóteses e menciona que a mais frequente não é plausível.

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